Tudo que faz parte da natureza perece, ou se transforma. A pedra se amolda, a serviço das construções. A árvore se modifica, gerando utilidades. O vegetal, o animal, e até mesmo o ser humano passa pelas transformações naturais da existência.
Durante a vida apegamo-nos naturalmente às pessoas. Amamos àqueles que nos trouxeram à vida, nos afeiçoamos aos familiares e a todos que, de uma ou outra forma fazem parte do contexto de nossa vida.
Mas ficamos muito tristes quando “perdemos” alguém a quem nutríamos afeição. Sabemos não ser nada fácil nos recuperar de tão forte abalo, sabemos ser muito difícil nos reequilibrar do choque sofrido.
No vazio do espaço, ao som do silêncio, sente-se a ausência da voz. No afastamento da presença, vive-se a proximidade da lembrança. Longe do corpo, mas perto da saudade...
Estamos realmente preparados para a partida?... Como entender, suportar ou curar essa ferida?...
Amigos, familiares e parentes certamente nos apoiarão nesses momentos tão difíceis. São bem-vindas as palavras de conforto. É bem-vindo o abraço amigo. Bem-vindo também todo e qualquer lenitivo para amenizar essa separação...
Falar sobre a finitude da vida pode ser tarefa de muitos, mas o entendimento da morte é tarefa própria, pertence a cada um de nós. Que possamos então entender essa verdade, que por algum tipo de caminho chegará até nós. A morte é um processo natural, e Deus, em sua Infinita Misericórdia sempre nos concede, junto com o benefício do tempo, as condições necessárias para retirarmos de dentro de nós mesmos as forças para superar esse momento.
Sendo assim, esforcemo-nos para não nos apegar isoladamente na tristeza, e, por outro lado, apressemo-nos a lembrar saudosamente das alegrias juntos vivenciadas. Dediquemos sempre, a ele ou a ela, não os sentimentos de incompreensão, inconformismo ou revolta, mas sim o nosso entendimento, a nossa afetividade, o nosso amor. E amparados pelo benefício da prece, pelo poder da oração, onde estiverem sorrirão, se alegrarão por saberem que superamos o vazio, que vencemos essa dor.
Geraldo Vieira de Magalhães
Psicólogo - CRP 08/06392
Tel.: (41) 9 9141-3141